martes. 23.04.2024
Nuno Vaz, a ministra da Coesão Territorial Ana Abrunhosa e Vítor Pimentel. | FOTO: Cátia Portela.
Nuno Vaz, a ministra da Coesão Territorial Ana Abrunhosa e Vítor Pimentel. | FOTO: Cátia Portela.

A Feira dos Santos está de regresso à cidade de Chaves, depois de um interregno de dois anos devido à pandemia. A cerimónia de apresentação aconteceu hoje, na Biblioteca de Chaves, e contou com a presença da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, que salientou o compromisso do Governo em desenvolver políticas territoriais que promovam a fixação da população.   

Vítor Pimentel, presidente da Associação Empresarial do Alto Tâmega (ACISAT), frisou a importância da secular Feira dos Santos para a dinâmica da economia da cidade de Chaves e para toda a região. No seu discurso, o dirigente lembrou o trabalho e o esforço dos empresários que, apesar das adversidades, e mesmo em tempo de pandemia, lutaram para manter os seus negócios ativos "numa região que infelizmente ainda está longe da competitividade do litoral do país" e que, na sua opinião, necessita de ser olhada de forma igual no acesso aos investimentos públicos, tanto nas áreas da Saúde e da Justiça, como na Educação.

O presidente da ACISAT disse também que a edição deste ano da Feira dos Santos contou com um aumento no número de participação de empresas associadas.

Feira dos SantosAutoridades e representantes da cidade presentes no salão da Biblioteca de Chaves. | FOTO: Cátia Portela. 

A Feira dos Santos é um local de reencontro dos amigos e das famílias que por esta altura regressam a Chaves, mas é também um espaço onde se cruzam dois povos, flavienses e galegos, que há várias séculos se habituaram a conviver.

Além da oportunidade de divulgação dos produtores e dos produtos da região, o presidente da Câmara de Chaves, considera que a Feira dos Santos foi "a primeira grande experiência de relacionamento e de cooperação transfronteiriços", concretizada nos dias hoje através da dinâmica da Eurocidade.

Ainda sobre a Feira dos Santos, o autarca lembrou o impacto financeiro que este certame tem na restauração, na hotelaria e no comércio, sendo ao mesmo tempo uma marca de afirmação do território.    

Precisamos que haja novas políticas para o Interior com esta sensibilidade, com esta visão. Nós não podemos tratar igual o que é diferente (Nuno Vaz, presidente da Câmara Municipal de Chaves)

Aproveitando a presença da ministra da Coesão Territorial na cerimónia de apresentação, Nuno Vaz sublinhou a visão diferenciadora que este Ministério tem tido sobre o território, realizando medidas concretas no Interior do país, e que têm permitido desenvolver políticas estratégicas, promovidas pela Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega, para a fixação de pessoas na região, através da qualificação da população e da criação de novos postos de trabalho.

"Precisamos que haja novas políticas para o Interior com esta sensibilidade, com esta visão. Nós não podemos tratar igual o que é diferente e isto só se faz se criarmos instrumentos para que efetivamente possamos tratar o que é diferente de forma diferente e o que é igual de forma igual. Isto sim é o princípio da igualdade", esclareceu.

O edil apelou ainda a todos os visitantes para que cumpram as normas de higiene e segurança públicas relativas à covid-19 durante o evento, que se prolonga até segunda-feira, e que é considerado como um “teste” à capacidade de organização da ACISAT em cooperação com a Câmara de Chaves.

Ana AbrunhosaAna Abrunhosa dirigindo-se aos meios de comunicação presentes. | FOTO: Cátia Portela. 

Estatuto do Trabalhador Transfronteiriço

Para a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, a Feira dos Santos é uma feira internacional, que ultrapassa a fronteira com Espanha.

A governante demonstrou ainda o compromisso do Governo em desenvolver políticas transfronteiriças para a fixação da população através da assinatura na quinta-feira entre os dois governos de Espanha e Portugal do Estatuto do Trabalhador Transfronteiriço.

Este documento vai permitir a portugueses e espanhóis que trabalhem do outro lado da fronteira passarem no posto fronteiriço sem restrições, mesmo durante a pandemia, e terem acesso a serviços sociais, de saúde e de educação dos dois lados da fronteira. Quer isto dizer, continuou Ana Abrunhosa, que estes trabalhadores vão poder escolher o centro de saúde ao qual querem pertencer e até escolher a creche onde querem colocar os seus filhos.

O Estatuto do Trabalhador Transfronteiriço "visa fazer desaparecer a fronteira do dia-a-dia das pessoas que era já uma ambição das regiões que individualmente não conseguiam alterar esta situação”, rematou.

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